quinta-feira, 7 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Contribuição à Tese “ANPG É PRA LUTAR”: Sobre a luta pelos direitos dos pós-graduandos
Caros
colegas delegados e delegadas, representantes discentes e observadores ao 39º
CONAP da ANPG,
Esse ano vivenciamos momentos intensos de
mobilizações que sacudiram o país nos meses de junho e julho, em que a
juventude e os trabalhadores foram as ruas exigir um basta a essa política que
não atende as nossas necessidades.
Os pós-graduandos (as) não têm interesse
distinto de todos aqueles que levantaram as justas reivindicações em defesa da
educação e saúde pública por exemplo. Nós pós-graduandos, conseguimos
importantes vitórias no último período, como os reajustes de bolsas,
licença-maternidade etc., porém sabemos que mesmo assim muitos dos nossos direitos
ainda não foram garantidos. Conquistamos, por exemplo, reajustes importantes
nos valores das bolsas, que estavam congelados por 4 anos! Porém estes
reajustes, mesmo se representam uma vitória do movimento estudantil, não
contemplam a recomposição das perdas inflacionárias pelos anos de congelamento.
A luta por uma
legislação que institua os direitos dos pós-graduandos é tão antiga quanto o
próprio movimento nacional da nossa categoria. Em 1986, ano da realização do 1°
Congresso Nacional de Pós-graduandos (CNPG) já se debatia a questão. No ano
anterior apresentou-se ao Congresso Nacional o primeiro Projeto de Lei dos
Pós-Graduandos do deputado João Faustino (PL 6545/1985). O 1° CNPG decidiu pelo
apoio ao projeto que instituía um piso nacional dos valores de bolsas e estendia
os auxílios médicos-odontológicos concedidos nos termos da Previdência Social
aos pós-graduandos. Quase 30 anos se passaram e outros 3 Projetos de Lei foram
apresentados e essas e muitas outras reivindicações ainda não foram atendidas. O
resultado dessa situação todos nós já sabemos. Atualmente os pós-graduandos
carecessem de quaisquer direitos associados à sua atividade. É preciso mudar
essa história e lutar para que nossos direitos se transformem em lei!
Ampliando
e reconquistado direitos perdidos
No
passado as agências de fomento já chegaram a pagar para os bolsistas um valor
adicional à bolsa no mês da defesa da dissertação ou da tese. Esse adicional
era pago à título de cobrir o custo processo de impressão e envio de cópias do
texto para a banca. Hoje em dia perdemos esse direito, é preciso reconquistar o
Auxilio Defesa para todos os pós-graduandos! Em 2012 à CAPES/CNPq
passaram a garantir às pós-graduandas o direito a licença maternidade. Importante vitória que, entretanto, não é
aplicada às bolsas das agências de fomento estaduais. É preciso garantir em lei
que todas as pós-graduandas do país tenham o direito à licença maternidade,
assim como a licença-paternidade aos
pós-graduandos!
Por
condições dignas de trabalho e estudo!
Não
é novidade o quanto os pós-graduados trabalham. Atualmente temos uma enorme
carga de trabalho dentro e fora das horas que passamos nos laboratórios, no
estágio docência, em pesquisa de campo e na biblioteca. Essa situação só ficou
mais crítica com a dura política da CAPES/CNPq de encurtamento dos prazos de
titulação. O resultado é que a nossa categoria vê cada vez mais crescer o
estresse e outros problemas de saúde relacionado às atividades desenvolvidas.
Por essa razão é fundamental garantir a extensão dos benefícios da
Previdência Social aos pós-graduandos. Incluindo nesse contexto o pagamento
por parte das agências de fomento da contribuição ao INSS. Além disso, com
frequência os pós-graduandos (as) são submetidos a trabalhos initerruptos nos
laboratórios de pesquisa, ultrapassando os limites dos calendários acadêmicos
das universidades, que os retira o direito a um período de Férias Anuais as quais devem ser garantidas a todos
os pós-graduandos(as)! Além disso, lutamos pela incorporação da 13ª bolsa
visando a valorização do pós-graduando e qualificação de sua pesquisa.
Outra
situação grave é o fato de que nossas pesquisas muitas vezes ocorrem em
situações de risco. Saídas de campo em locais perigos, laboratórios onde são
manipulando materiais infecciosos, radioativos e venenosos, por exemplo. Por
isso, é fundamental que se pague Adicional de Periculosidade e Insalubridade
àqueles pós-graduados que realizam pesquisas em situações de risco.
Além
disso, todos sabem que a relação dos pós-graduandos com o orientador de sua
pesquisa pode se tornar um verdadeiro inferno. Desentendimentos podem resultar
no corte de bolsas, coações e até em desligamentos involuntários dos Programas
de Pesquisa. Por isso é preciso que se constitua mecanismos que regule essas
relações com critérios que coíbam o assédio moral nessas relações de
hierarquia. Também, é preciso que nenhuma bolsa possa ser cortada sem Aviso
Prévio de 30 Dias ao bolsista com o direito de defender a manutenção de sua
bolsa. Por fim, destacamos que condições dignas de estudo e pesquisa se
refletem em boas condições de
infra-estrutura de laboratórios, bibliotecas e salas de aula e significa
também a contratação de mais professores
e funcionários!
Não
à desvalorização das Bolsas! Bolsas para Todos!
Os
pós-graduandos(as) são uma parte vital da pesquisa cientifica no país. O grande
crescimento da produção cientifica no Brasil só foi possível devido ao aumento
do número de pós-graduandos nesse mesmo período. Nos últimos 10 anos o número
de pós-graduando dobrou. Entretanto, a maioria dos pós-graduandos não recebem
bolsas. Segundo dados do PNPG 2011-2020 apenas um terço da nossa categoria é
bolsista. Por isso é fundamental que todas as universidade garantam Assistência
Estudantil para todos os
pós-graduandos e pós-graduandas (bolsistas e não bolsistas)com benefícios
como moradia, alimentação e auxílio transporte. Nesse sentido é preciso lutar
também para que se constitua um Plano para a Progressão do Número de Bolsas,
rumo à universalização das bolsas de pesquisa!
Além
disso, os cálculos da inflação acumulada nesse período mostra que o valor da
bolsas esta desvalorizado em aproximadamente 50%. Isto é o resultado da
inexistência de uma Data-Base Anual de Reajuste que precisa urgentemente
ser implantada. Dessa forma garantindo que o valor das bolsas possam acompanhar
a inflação e que se formule um plano reajuste tendo em vista a recomposição das
desvalorizações.
Por
tudo isso que foi exposto convocamos as APGs e Comissões de Pro-APGs de todos o
país e os delegados ao 39° CONAP para aprovarmos um documento de regulamentação
dos nossos direitos neste conselho de APGs que entregue ao Governo Federal.
Dilma tem o poder e o dever de regulamentar nossos direitos em uma legislação
que satisfaça essa luta histórica dos pós-graduandos!
Vamos
à luta!
Subscreve:
ASSOCIAÇÃO DOS PÓS-GRADUANDOS DA UFBA
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