sexta-feira, 1 de junho de 2012

DIA 1º DE JUNHO: DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA SOBERANIA DO HAITI!


  Primeira república negra das Américas a conquistar sua independência frente ao imperialismo francês, há 8 anos o Haiti sofre com as conseqüências da ocupação militar da ONU naquele país, cujas tropas são comandadas pelo exército brasileiro. O Haiti foi pioneiro na abolição da escravidão. Há 208 anos expulsou as tropas coloniais de Napoleão e constituiu a primeira república negra do mundo. Mas foi obrigado a pagar “compensação” à França por per­das de propriedade –terras e escravos– a custa de uma enorme sangria de recursos ao longo da história. Sofreu várias ocupações militares, a última, em 2004, decidida pelo imperialismo estadunidense jun­to com a França e o Canadá, que derrubaram o então presidente eleito, Aristide.
As tropas da ONU, enviadas com o pretexto de uma “missão de estabilização”, hoje ataca a soberania do país, com agressão aos direitos humanos, que causam mortes – efeitos ‘colaterais’ de um estado de guerra perma­nente – alem de repressão a manifestações demo­cráticas, sindicais, estudantis e populares. Além disso, os soldados da Minustah introduziram o vibrião do cólera no país, que já matou 6.500 haitianos e conta­minou mais de 300 mil. Sobre eles pesam acusações fundadas de violência sexual e estupro de jovens que, como outros crimes, seguem impunes dada à sua imunidade legal.
A MINUSTAH esmaga a soberania do povo haitiano com miséria exploração e violência. Dirigida pelo Brasil, cujos generais usam o Haiti como campo de treino para ações em solo brasileiro, a começar dos morros do Rio de Janeiro, a presença da ONU é, sem dúvida comandada pelos EUA, tendo o próprio ex-presidente Clinton à cabeça da Comissão Provisória de Reconstrução do HaitiNo Haiti, a resistência contra a presença das tropas cresce. Em fevereiro, o presidente Michel Martelly, fantoche dos EUA, empossado após uma eleição completamente fraudada, chegou a ser apedrejado pela população. O depoimento de Kathia Ridoré, militante haitiana, evidencia a realidade dos fatos: “O apoio incondicional da população ao antigo exército do Haiti mostra claramente o sentimento nacionalista do povo, que é contra a ocupação. O dia 18 de maio, dia da festa da bandeira haitiana é, mais uma vez, e isso acontece há mais de sete anos, marcada pela presença vergonhosa da ONU no território haitiano. Sua interferência na gestão interna do país, seus tanques de guerra e armas de grosso calibre apontadas para uma população pacífica, que tenta se libertar da miséria na qual querem afundá-la as forças imperialistas, corromperam uma vez mais  esse dia que deveria ser de grande orgulho para o povo. Assim se constata, as feridas estão abertas. A luta contra a Minustah se torna a cada dia, com mais evidência, uma obrigação para o povo do Haiti”.
Em 1 de junho de 2012, fará oito anos a presença da MINUSTAH no Haiti. No dia 5 de novembro de 2011 um grande ato continental reuniu mais de 600 pessoas na Câmara de Vereadores em São Paulo para discutir a retirada das tropas brasileiras do Haiti, onde ficou decidido uma grande mobilização em diversos países da América, em especial no Brasil, neste 1º de junho, para reafirmar que o que o Haiti precisa é de médicos, engenheiros, enfermeiros, professores e técnicos, não de soldados!
             Os Pós graduando e as APGs devem se somar a essa luta, fundamental para a garantia da soberania da nação haitiana e do próprio Brasil, afinal defender o Haiti é defender a nós mesmos!


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